quarta-feira, 31 de março de 2010

SEMINARIO INTEGRADOR

Início de ano. Mais um período de expectativa, ansiedade angustia, mas, sobretudo vontade vencer.
Primeira aula presencial, preocupação. O que seria tratado?
Como seriam as exigências do estágio?
A aula transcorreu num clima de serenidade. As professoras foram felizes e eficientes em suas colocações, expuseram de tal forma as atividades que me senti motivada a iniciar logo o estágio.
Hoje, conversando com colegas do meu município, vejo que não é só minha a dificuldade na área tecnológica. Estamos enfrentando grandes dificuldades em trabalhar com as ferramentas solicitadas e por estarmos tão distantes do pólo e dependermos de transporte escolar é difícil o nosso comparecimento. Anotei todas as palavras das professoras, prestei o máximo de atenção, mas mesmo assim não estou conseguindo realizar meu trabalho com segurança.

segunda-feira, 29 de março de 2010

SEMINARIO INTEGRADOR

Como primeira postagem no meu portifólio no corrente ano, sinto necessidade de narrar um fato ocorrido na escola onde desenvolvo minhas atividades docentes.
Estava na sala dos professores e pude presenciar o diálogo entre professora titular da turma Y, equipe diretiva da escola e membros da APAE.
Justificava a professora que seu aluno “Bobi” deveria freqüentar classe especial, pois era surdo e não sendo usuário constante e fluente da língua escrita, não conseguia conviver socialmente, estava ficando marginalizado, apresentando dificuldade de comunicação com os colegas e com a própria, julgava-o menos capaz que os outros alunos.
O assunto continuava porem tocou o sinal e fui para a sala onde minha turma aguardava a por mim.
Seria justo o que estava sendo decidido? Ser surdo realmente significa ser menos capaz? “Bobi” por vários dias ocupou meu pensamento. Procurava uma forma de poder ajudá-lo sem que para isso fosse preciso separá-lo dos colegas, tendo que enfrentar um ambiente totalmente novo ou, quem sabe um atendimento paralelo poderia trazer melhores resultados.
Sabemos que a tentativa de fazer os surdos falar não apresentou grandes avanços, apesar de continuarmos insistindo em desenvolver neles a capacidade de compreender nossa língua oral e por ela se comunicar.
Baseada nos conhecimentos adquiridos na disciplina de LIBRAS, na vivência que tenho junto a uma sobrinha surda e ainda na experiência vivenciada quando alfabetizei uma aluna surda, não pude calar. Conversei com a titular da turma de “Bobi”, falei sobre a Língua Brasileira de Sinais, destacando que através dela seria possível desenvolver o centro cerebral da linguagem, ou seja, haveria possibilidades de desenvolvimento cognitivo, afetivo e emocional, tornando-o uma pessoa idêntica às ouvintes.
Continuaram as conversações e agora por decisão da professora, da direção, juntamente com especialistas da APAE, os pais de “Bobi” foram conscientizados de que tem um filho normal, inteligente e criativo, porem fala outra língua e que será encaminhado para acompanhamento junto a APAE.
Graças à sensibilidade da professora e o apoio dos pais e profissionais, “Bobi” aos 13 anos de idade entra em contato com a língua dos sinais. Com certeza encontrará dificuldades maiores em aprender, pois o instrumento cerebral da linguagem já foi afetado, mas é possível dentro de seu limite aprender alguma coisa. “Bobo” tem acompanhamento de especialista e no turno inverso freqüenta classe do ensino regular.
Na escola, os colegas se interessaram pela língua de sinais, a professora de LIBRAS oferece subsídios para a professora, como alfabeto, e “Bobi” vive uma vida normal junto a turma regular.
“De início se recusava a usar sinais, justificando que ninguém o entendia, mas hoje venceu o preconceito, se comunica” normalmente”, compreende, é compreendido e amado pelos colegas e professores e demonstra o desejo de se tornar médico.
Nesta minha intervenção e por que não dizer vitória, vejo o quanto aprendi na disciplina de LIBRAS e na minha experiência de 41 anos de magistério.
“A educação é um ato de amor, por isso, um ato de coragem”. (Paulo Freire).