terça-feira, 30 de novembro de 2010

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Muitos educadores persistem na idéia de que a alfabetização inicia a partir do momento em que a criança ingressa na escola, porem há de se afirmar que esta é uma idéia errônea, considerando-se o conhecimento que a criança adquire na família, com o uso da TV, de histórias lidas ou contadas por adultos, jogos e brincadeiras. Como podemos negar o poder de formular e até defender suas próprias idéias, se convive com propagandas, identifica jogadores por time e por nome e sabe o ônibus que o pai toma para ir ao serviço?
A criança precisa sim de alguém que a oriente, que lhe indique , inclua no mundo das letras a fim de coordenar seu raciocínio, juntando-o ao conhecimento que carrega consigo.
A leitura precede a escrita, pois a escrita é apenas um objeto simbólico, constituindo , como a linguagem , um sistema com regras próprias, ao passo que se apresentarmos uma figura com diversos elementos e dentre estes algumas palavras, a criança é capaz de associar o nome aos desenhos, porem se dermos palavras escritas para que fossem representadas por desenhos, isto seria quase sempre impossível. Conclui-se que a figura mantém semelhança com as palavras, já com a escrita, isto não ocorre.
O alfabetizado apenas lê e escreve, não sendo capaz de se deter a detalhes, tem dificuldade para interpretar, não consegue na maioria das vezes ter competência para o domínio total da leitura e da escrita.
A leitura é fundamental na vida de qualquer ser humano. Antes mesmo de ler o código escrito e de dominar o alfabeto, a criança lê através da hospitalidade de palavras, gestos e ritmos de pessoas que com ela convivem. São capazes de produzir textos orais , ler imagens e compartilhar com adultos e ou crianças fatos significativos de suas vidas.
A leitura deve fazer parte do cotidiano da criança, com a famosa contação de história pelo adulto, ainda na tenra idade.
Significado importante tem a leitura em todas as interdisciplinas e, com certeza, matemática e leitura não podem ser trabalhada de forma separada , precisam seguir em linha paralela. Segundo Danyluk “é preciso ler e escrever matemática”. Para podermos conviver com a realidade da vida,precisamos de ambas Leitura/ escrita e matemática. Uma pode se apresentar de forma mais ou menos formal, polêmica ou ambígua, mas ambas fazem parte da comunicação humana.
Como sou da década de cinqüenta, meu pensamento se assemelha ao de Marx, tenho uma visão clara e objetiva da Educação e da valorização do ser humano. Aposto num mundo melhor, onde o homem, através da leitura, e de uma convivência de vida melhor, não se deixará dominar por uma sociedade unicamente capitalista.
A dominação legal, ainda continua presente na maioria da escolas públicas, onde as leis são instituídas pelo poder público, cabendo a educadores e educandos a árdua missão de cumprí-las, sem direito de defesa.
Se realmente queremos formar cidadão crítico, corajoso, responsável e pensante, precisamos urgentemente oferecer oportunidades e subsídios, onde o educando possa conviver com as mais diferentes formas de linguagem.
Precisamos nos alertar, pois enquanto estamos tentando alfabetizar a criança, o adulto não letrado está sendo mistificado como responsável por esta sociedade “desmantelada” com a qual convivemos e que em nossas mãos está confiada esta mudança ou continuidade.
O tema leitura está chamando a atenção dos educadores comprometidos com a causa da educação, a partir do momento em que vimos que embora a criança apresente alguma dificuldade de aprendizagem, é capaz de ler, de acordo com suas possibilidades e limites, seja folheando livros, olhando figuras, assistindo TV, ouvindo histórias, aprende observando o gosto que o outro sente pela pratica de ler.
A leitura labial, não deixa de ser uma forma de comunicação, que possibilita ao surdo conviver harmonicamente com o mundo. Enfim, todos os problemas do mundo serão vencidos, quando todos, através da leitura tiverem condições de questionar, interpretar e resolver, não deixando a mercê de alguns privilegiados.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Durante o período em que desenvolvi o estágio curricular, me apropriei de diferentes textos e atividades sugeridas durante todos os eixos. Todas as disciplinas foram importantes para o bom andamento deste processo.
Muitas ferramentas foram utilizadas, a fim de tornar meu aluno autônomo, decidido e crítico. A pesquisa foi fundamental, pois através do seu procedimento básico, ou seja, do ler para estudar, ler por ler e ler para escrever, foi possível cumprir uma das ou quem sabe a maior responsabilidade da escola que é ensinar o aluno a estudar para se sair bem no Ensino Básico, superior e por toda a vida, sendo capaz de selecionar e usar informações essenciais para aprender a viver com independência.
Para realizar este trabalho com sucesso foi preciso transformar a sala de aula num ambiente acolhedor e ao mesmo tempo desafiador, apresentar fontes confiáveis, textos dos mais variados gêneros literários possíveis pois só procuramos respostas para aquilo que nos motiva, provoca, que nos aflige ou gera curiosidade.
A partir do estudo da leitura, os alunos aprenderam a tomar nota, a fazer pequenos resumos, a interpretar e dar sentido a textos por eles criados.
Para organizar nossa primeira situação de investigação, no trabalho com a família, a partir do diálogo, definimos o tema do estudo, em seguida partimos para a elaboração de perguntas feitas pelo aluno sobre a orientação da professora. Partimos então para a pesquisa, propriamente dita, levando em consideração o nível de conhecimento dos alunos.
Conforme explica Pedro Demo “É preciso certo grau de conhecimento sobre o que será investigado para ter a curiosidade despertada e querer aprofundar no tema”.
A partir desta atividade, os alunos aprenderam a interpretar, pois conheceram modelos mais claros de leitura, relacionando o que está sendo lido ou explicado àquilo que já sabem.
Alem de trabalhar muito com leitura, nunca foi deixado de lado o uso da escrita, pois esta é uma ferramenta de organização do conhecimento e favorece o aprofundamento do tema em estudo.
Um dos maiores desafios para os alunos, foi sem sombra de dúvidas a produção de textos, pois requer muita atenção e eles não estavam acostumados a este tipo de atividade.
Para garantir a familiaridade, foi preciso fazer muitas leituras, dos mais diferentes gêneros literários, muito treinamento da escrita, orientação, revisões individuais e coletivas dos elementos textuais e da apresentação da própria informação.
O trabalho com leitura possibilitou a socialização da turma, os trabalhos feitos pelos alunos eram mostrados aos colegas e expostos na sala para que professores e colegas de outras séries pudessem apreciá-los.
Em todas as interdisciplinas foi feito uso constante da leitura, proporcionando assim um maior e melhor entendimento e aproveitamento, resultando num avanço considerável de aprendizagem.

sábado, 20 de novembro de 2010

Desde o tempo do Brasil colônia e imperial, o ensino da leitura precedia o ensino da escrita, este era atribuído ao preço do papel, cujas famílias de menor posse tinham dificuldades ou impossibilidades de adquiri-lo. Ainda hoje, a leitura antecede a escrita, a criança entra em contato com diferentes textos antes de saber ler ou escrever, favorecendo assim reflexões sobre o sistema da escrita e o conhecimento de seus usos e de suas funções.
Na escola, a criança inicia uma nova etapa de socialização, pois convive com um grupo maior, para isso é necessário aprender e cumprir regras, ler e interpretar, buscar solução para problemas, entender causas, analisar conseqüências, ser sujeito que procura ativamente compreender o mundo, buscando resolver interrogações que este mundo apresenta isto tudo independe do uso da escrita.
O professor precisa repensar sua maneira de trabalhde seus direitos e deveres, capazes de contribuir para a construção de uma sociedade igualitária, digna e democrática.
Através das atividades de leitura e escrita, o aluno aprende coisas diferentes, mobiliza saberes distinto.
A leitura é um meio de lazer e informação. É um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de construção de significado do texto lido.
Segundo Zilberman (1985, p.11)
A universidade do ato de ler provém do fato de que todo indivíduo está intrinsecamente capacitado a ele a partir de estímulos da sociedade e da vigência de códigos que transmitem preferencialmente por intermédio de um alfabeto.
O objetivo da leitura deve ser a formação do indivíduo autônomo.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Após releitura e reflexão do texto “A matemática da vida”, compreendi que esta e a leitura não podem jamais se separar, precisam sim seguir uma linha paralela, apesar de inúmeros professores sentirem muita rejeição com o estudo da matemática, procurando distanciá-la das demais disciplinas. Por ser a matemática essencial na formação do cidadão, precisamos ler e escrever matemática. Mais uma vez se apresenta a leitura como peça fundamental da aprendizagem, já que o sujeito que não lê, não escreve e nem interpreta, ficando difícil ou impossível resolver problemas apresentados no dia a dia. Embora na escola matemática e linguagem não se articulem muito bem, na vida real é impossível interpor qualquer estranhamento entre elas. Na realidade precisamos de ambas, a leitura/ escrita e matemática. Uma até pode se apresentar de maneira mais formal, outra menos polissêmica, mas todas fazem parte da comunicação humana.
A pratica do diálogo, entre educador e educando deve ser usada em todos os momentos, para que ambos estejam cientes do que está sendo ensinado e para que deve ser aprendido, para assim poder compreender e desvelar a linguagem do que está sendo dito nas atividades.
A leitura “desperta” e alimenta a confiança e o respeito que deve permear todo o trabalho realizado em educação. Assim sendo verificou-se que quando contextualizada no universo da criança a leitura é incorporada com mais criticidade.
Percebe-se que o ato de ler é base essencial para a apreensão do conhecimento. Saber ler implica em desvendar mistérios e compreender mundos, ultrapassar qualquer idéia de se querer mensurar ou de colocar limites de sentido. Nunca é demais lembrar que “a leitura do mundo precede a leitura da palavra “, tal como ensinou o mestre Paulo Freire (1992).

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Sabemos quer para o cidadão conviver harmoniosamente com o grupo e o ambiente, não basta ser alfabetizado, precisa saber ler o mundo, ser letrado.
Através de experiências e estudos, está comprovado que a leitura é fundamental na vida de qualquer um e que a melhor forma de iniciar o estudo de um texto, é criar no aluno a necessidade da leitura.
Para que isto ocorra, é necessário o estímulo, que poderá ser provocado das mais diferentes maneiras, prevalecendo sempre a intenção de despertar e manter o interesse e o gosto pelo que faz.
Brincar de teatro faz de conta, realizar leitura de texto em coro falado, brincar de fazer mímica, propor desenhos e colagens, são atividades essenciais, pois o aluno tem liberdade de escolha, podendo interpretar, observar, participar, despertando assim a curiosidade e a criatividade .
Na verdade, educamos ainda hoje, com os mesmos métodos e princípios do passado, não passamos da geração alfabética , da aprendizagem através do texto escrito, do livro didático, da repetição de frases.
Podemos dizer que educandos e educadores são analfabetos ou semi-analfabetos para a leitura de imagens e dos sons. Valorizamos apenas o que nos é transmitido, através da palavra oral ou mais ainda, escrita.
Precisamos de legenda para “ver”, de letra para “sentir” uma música. Precisamos palavras para demonstrar nosso amor.
A escola, ao pretender ensinar, deve levar em conta o que o aluno traz consigo sua experiência pessoal, adquirida no seu grupo social e que esta influenciará no processo de aprendizagem.
A leitura é a principal responsável pelo conhecimento, e aprendizagem do educando, daí a importância do professor em oferecer subsídios para o desenvolvimento deste ato. Ensinar a ler, faz parte do conjunto de práticas que constitui o letramento. Não é suficiente decodificar a língua escrita para ser letrado. É necessário sim, tornar-se usuário desta língua, como leitor e como produtor de textos. Sendo assim, uma das funções do professor é contribuir para colocar seus “discípulos” em situação de letramento, não se limitando, a ensinar a decodificar e/ou a reproduzir o código lingüístico.
Como assinala Antunes (2003), “o aluno, antes de qualquer coisa, deveria estar convencido das vantagens de saber ler e poder. O professor faria bem, então, em ajudar o aluno a construir uma representação positiva da leitura e dos poderes que ela confere ao cidadão. E, em cada situação particular da sala de aula, deveria explicitar para os alunos os objetivos de toda atividade de leitura”.

sábado, 30 de outubro de 2010

O Brasil está passando por uma fase decisiva na vida política. De um lado, “um “governante que dá o peixe”, do outro,” o que ensina a pescar. Nesta situação, me pasma ver a indecisão dos eleitores e reporto-me as séries iniciais e finais do Ensino Fundamental, questionando-me o modo como os professores encaravam a alfabetização e o poder que a leitura tem na vida destes cidadãos.
Sabemos que a imprensa não poupa espaço para levar ao ar, informações que esclarecem ou perturbam nossa mente. Cabe ao ser letrado discernir entre o que está sendo oferecido de forma convincente e a matéria que está tentando nos influenciar de maneira a nos confundir.
O processo de escolarização visa mais desenvolver habilidades cognitivas, motoras, que segundo meu pensamento visam constantemente desenvolver habilidades individuais e não práticas letradas, como as que ocorrem na família. Na escola, a criança é introduzida no mundo da escrita e posteriormente no da leitura, porem direcionado para o lado banal, ou seja, o uso constante do livro didático, com perguntas e respostas prontas e descontextualizadas.
O aluno aprende e convive na escola com habilidades relacionadas à necessidade cotidiana, como se alimentar, pegar o ônibus, fazer cálculos “mecânicos”, sem saber que multiplicando o fator aumenta e dividir significa repartir, que o legal é ter notas boas, mas que para isso não é necessário ler e estudar muito, que muitas vezes basta os pais terem uma “conversa” com professora e direção da escola, ou então “ ser o queridinho”, o aluno bonzinho, submisso, limpinho e que oferece rosas.
Seguindo essa linha de pensamento existe uma preocupação constante por parte de alguns professores com o analfabetismo, ou seja, com o ser não letrado, pois este é mistificado como responsável por muitos efeitos como a pobreza, a falta de emprego, a escolha de maus políticos, os fracassos, tendo como reflexo a escola que prima pela valorização de um sujeito alfabetizado que domina a escrita, deixando de formar cidadão crítico, comprometido, dinâmico e participativo, enfim pelo letramento social.
O sistema educacional apresenta inúmeras deficiências na formação de sujeitos plenamente letrados, isto em decorrência das falhas de um currículo que instrumentaliza o professor para o ensino, direcionado a um modelo autônomo, que encaminha o educando por caminhos previamente determinados em função de uma classe social, sem considerar sua inteligência ou potencialidade, quando esta deveria ser o ponto chave na educação.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Durante este eixo, a interdisciplinas estiveram interligadas em torno de um tema importantíssimo na vida do educando e do educador “leitura”. Este tema nos chama à responsabilidade a partir do momento em que vimos que mesmo a criança com dificuldade de aprendizagem é capaz de ler, de acordo com suas possibilidades e limites, folhando livros, olhando figuras, ainda que não decodifique palavras e frases escritas, aprende observando o gosto pela leitura dos outros( pais, professores ou outras criança). O processo de aprendizado começa com a percepção da existência de coisas que serve,m para ser lidas e de sinais gráficos.
Quanto mais cedo historias orais e escritas entrarem para a vida de qualquer criança sem exceção, maiores as chances de ela despertar o gosto pela leitura.Escutando histórias, conhecendo o livro como objeto tátil,”que ele toca, vê e tenta compreender as imagens que enxerga”. Diz Perroti (2006,p.18)
Na interdisciplina de Necessidades Especiais, convivi com a importância da leitura no desenvolvimento e aprendizagem na vida de uma criança surda, ao fazer o dossiê da Bibi. ( surda). A partir do momento em que pude presenciar uma aula com turma de seis alunos, senti o entusiasmo e o interesse de cada criança, quando a professora através de material concreto e da língua de sinais apresentava histórias na hora do conto
A leitura labial, a língua dos sinais, as gravuras e gestos, tudo isso servia como incentivo, despertando alegria, horror, emoções.
Segundo Odeh (2000) “encontram-se na literatura brasileira estimativa e referências variadas sobre o atendimento em Educação Especial para crianças com deficiências.”.
“Este eixo esteve também voltado para a cultura, onde a leitura se apresenta como pré-requisito, sendo a grande responsável pelo conhecimento, através do qual o” homem “ resiste com argumentos ao ser ordenado pelos poderes públicos que executem determinada tarefa, considerada contra seus princípios.
A única e verdadeira força contra o princípio de Auschwitz seria a autonomia, se é que posso utilizar a expressão de Kant; a força para a reflexão, para auto determinação, para a não participação. Estes princípios provem a partir do momento em que através da leitura, buscamos formar cidadão reflexivo, crítico, capaz de expor e argumentar seu próprio pensamento.
Como citei anteriormente, à toda criança deve ser dado o direito e o acesso a leitura, , pois como ser pensante, mesmo sem dominar a leitura e a escrita formal , conseguem fazer “ leituras” visto que a família, a televisão , os filmes, as gravuras, materiais lúdicos , grupos sociais e discursos também educam.
“As múltiplas histórias, experiências e culturas devem ter espaço para ali dizer suas verdades que se cruzam as fronteiras” ( Corazza 1998).