segunda-feira, 25 de maio de 2009

QUESTÕES ETNICO-RACIAIS NA EDUCAÇÃO

Com o objetivo de realizar a atividade da Interdisciplina de Questões Étnico Raciais, procurei interagir com uma turma de jovens, alunos do Ensino Médio.
Travamos um diálogo, onde interroguei como cada um deles se auto- identificam do ponto de vista étnico racial. A turma é composta de brancos, negros, e amarelos (japoneses.)
Apenas uma aluna se identificou como negra, o que estava declarado na cor de sua pele. Pedi que os alunos japoneses colocassem sua posição quanto a permanência naquela turma, sua aceitação no grupo, companheirismo, autonomia,incentivo por parte do corpo docente, respeito.
Dando continuidade, sugeri que a colega negra expusesse seu ponto de vista quanto as colocações dos colegas japoneses, comparando com o que e como se sente sendo aluna desta escola e colega de sala de brancos e japoneses. A aluna de forma espontânea, contou de sua satisfação em freqüentar esta escola e ter como colegas esta turma. Na formação de grupos para realizar qualquer atividade, sempre é convidada , suas idéias são respeitadas e aproveitadas quando condizem com o assunto em pauta, tem direitos e deveres iguais, é tratada pela equipe diretiva com o mesmo respeito dedicado ao restante da turma. Participa de todas as atividades da escola, como concurso a garota da escola, onde era a única negra , conquistando o título de garota simpatia.
A escola onde estudam estes alunos, apresenta um ambiente acolhedor, tanto na parte física como pedagógica. A equipe diretiva, professores e comunidade se empenham para incluir a todos, se, preconceito ou discriminação.
Marta, a colega negra é uma jovem tranqüila, bem humorada, com uma elevada auto estima, é esforçada, vencendo todas as séries sem reprovação.
Considero de fundamental importância o olhar na multiculturalidade que se vê nesta escola e nas salas de aula
Está explicito nesta escola as dimensões apresentadas no texto de Marilene Leal Paré ” Auto- Imagem e Auto Estima na Criança Negra: um Olhar sobre o seu Desempenho Escolar” através da interação entre culturas, da liberdade de expressão, podendo manifestar sua história e a sua cultura por meio de dança, música, credo religioso, culinária, hábitos e costumes.

DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM SOB O ENFOQUE DA PSICOLOGIA II - E

Ao aplicarmos o método clínico sobre a conservação do número, em alunos do 1º ano, nos preocupamos em seguir rigorosamente o roteiro de registro e análise das provas aplicadas.Como observadora, percebi que a apresentadora conduziu o trabalho de maneira bastante rigorosa,seguindo a seqüência do questionamento, sem permitir nenhuma mudança , como se isto fosse alterar o resultado. Procurou nunca interferir ou sugerir nas descobertas da criança. Após a aplicação, nos reunimos e constatamos que a criança possuía noção de conservação e se encontrava no estádio pré- operatório.
Com as explicações dadas pela professora na aula presencial, aprendi que o interesse do método clinico é instigar a criança, investigar as explicações fornecidas e ao o número de acertos que apresenta.
O método clínico tem grande valor no que diz respeito a pesquisa, formulação de hipóteses e reconhecimento matemático.
Através do exemplo apresentado pela professora Jaqueline na aula presencial, foi possível entender como pode ser encaminhado o método, bem como identificar o estádio de desenvolvimento da criança.
Estádio pré- operatório: Como se a criança tirasse uma foto de cada momento.
Estádio operatório- concreto: É como se fosse uma filmadora que registra e acompanha o desenvolvimento , transforma e percebe a quantidade.
Os estádios do desenvolvimento estão sempre relacionados com o anterior e podem ocorrer em qualquer momento da nossa vida, dependendo da situação.
Ao aprende que os estágios acontecem em seqüência , independente da ordem cronológica, foi possível compreender que ao pensarmos em planejar nossas atividades, precisamos conhecer o estádio em que se encontram nossos alunos, para gradativamente introduzir as atividades, de modo que esta favoreça o desenvolvimento da seguinte.
É necessário termos bem desenvolvido nosso senso de observação, pois só assim será possível situar a criança no estádio certo , promovendo assim sua aprendizagem.

terça-feira, 12 de maio de 2009

QUESTÕES ÉTNICO-RACIAIS NA EDUCAÇÃO

Após realizar a entrevista com alunos negros, preocupei-me com a colocação relativa a alguns de seus ex-colegas que evadiam ou reprovavam, sendo acusada a discriminação como causa principal. Procurei me apropriar do assunto, buscando leituras informativas e descobri que o rendimento do aluno negro no Ensino Básico caiu entre 1995 e 2001, segundo levantamento feito pelo Inep, baseado em dados do Sistema Nacional da Educação Básica.
Os fatores apresentados como responsáveis pelo baixo aproveitamento escolar dos afro-descendentes, são as más condições sócio econômicas em que vivem, como moradia precária, alimentação inadequada e baixa escolaridade da família, porem prevalece a questão do preconceito racial, prática difusa perpetrada pela sociedade.
Sabemos que em todas as escolas do Brasil, a discriminação racial é altamente considerada, embora fique disfarçado no mito da “democracia racial”.
È bem verdade que toda criança aprende, independente da raça, cor ou religião, basta
considerar os conhecimentos prévios, conhecer a realidade de cada criança e respeitar sua individualidade.
Como citou um dos entrevistados, o baixo rendimento do aluno negro, ou sua evasão se dá pela ausência de temas relacionados a população afro-descendentes nos currículos escolares.
Nós professores além de não termos uma qualificação adequada com ênfase nas questões étnicas e culturais, mesmo tentando pesquisar textos ,buscando incentivar nossos alunos, encontramos apenas leituras voltadas para a cultura eurocêntrica .
Se a cultura negra tanto contribuiu para a cultura brasileira, está mais do que na hora de colocarmos em pratica a lei 10.639/2003 e incluir no currículo do Ensino Médio a obrigatoriedade da temática Historia e Cultura Afro- Brasileira.
Com professores capacitados, e currículo incluído, com certeza saberemos respeitar e valorizar o aluno negro, tendo assim uma sala de aula democrática e uma educação de qualidade.

QUESTÕES ÉTNICO-RACIAIS NA EDUCAÇÃO

A lei 10.639/2003, abre espaço para que o negro seja incluído nas propostas curriculares, como sujeito histórico. O brasileiro, de um modo geral quase nada sabe a respeito da história e cultura afro-descendente, tendo ainda muito preconceito. Trabalhamos em nossas escolas a Libertação dos escravos, lembrando a entrada do negro no Brasil como escravo, vendido como mercadoria. Em nossos cartazes geralmente é exibida a imagem do negro seminu, descalço, selvagem, massacrado pelo branco.
Esta maneira de trabalhar o tema, leva crianças e adolescentes afro-descendentes a se sentirem revoltados, inferiorizados, podendo acarretar danos morais e psicológicos, influenciando em sua aprendizagem, freqüência e permanência na escola, visto que o racismo, o preconceito e a discriminação são os principais malefícios ocorridos na escola e na sociedade.
Sabemos que tratar a temática do negro no currículo escolar não é privilegio do professor negro , de ter conhecimento ou não do tema, mas é a lei que dá este caráter obrigatório para todo o magistério.
È urgente a necessidade de ter-se professores capacitados e preparados para que venha a cumprir a lei acima citada.
Precisamos despertar no nosso aluno o olhar crítico, para que a luz dos ensinamentos transmitidos pela escola, vejam a história do africano livre, dono de sua vida, com sua cultura própria, recuperando a auto estima. Com conhecimento e aceitação dos valores culturais, estaremos facilitando as trocas interculturais na escola e na sociedade.