terça-feira, 30 de novembro de 2010

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Muitos educadores persistem na idéia de que a alfabetização inicia a partir do momento em que a criança ingressa na escola, porem há de se afirmar que esta é uma idéia errônea, considerando-se o conhecimento que a criança adquire na família, com o uso da TV, de histórias lidas ou contadas por adultos, jogos e brincadeiras. Como podemos negar o poder de formular e até defender suas próprias idéias, se convive com propagandas, identifica jogadores por time e por nome e sabe o ônibus que o pai toma para ir ao serviço?
A criança precisa sim de alguém que a oriente, que lhe indique , inclua no mundo das letras a fim de coordenar seu raciocínio, juntando-o ao conhecimento que carrega consigo.
A leitura precede a escrita, pois a escrita é apenas um objeto simbólico, constituindo , como a linguagem , um sistema com regras próprias, ao passo que se apresentarmos uma figura com diversos elementos e dentre estes algumas palavras, a criança é capaz de associar o nome aos desenhos, porem se dermos palavras escritas para que fossem representadas por desenhos, isto seria quase sempre impossível. Conclui-se que a figura mantém semelhança com as palavras, já com a escrita, isto não ocorre.
O alfabetizado apenas lê e escreve, não sendo capaz de se deter a detalhes, tem dificuldade para interpretar, não consegue na maioria das vezes ter competência para o domínio total da leitura e da escrita.
A leitura é fundamental na vida de qualquer ser humano. Antes mesmo de ler o código escrito e de dominar o alfabeto, a criança lê através da hospitalidade de palavras, gestos e ritmos de pessoas que com ela convivem. São capazes de produzir textos orais , ler imagens e compartilhar com adultos e ou crianças fatos significativos de suas vidas.
A leitura deve fazer parte do cotidiano da criança, com a famosa contação de história pelo adulto, ainda na tenra idade.
Significado importante tem a leitura em todas as interdisciplinas e, com certeza, matemática e leitura não podem ser trabalhada de forma separada , precisam seguir em linha paralela. Segundo Danyluk “é preciso ler e escrever matemática”. Para podermos conviver com a realidade da vida,precisamos de ambas Leitura/ escrita e matemática. Uma pode se apresentar de forma mais ou menos formal, polêmica ou ambígua, mas ambas fazem parte da comunicação humana.
Como sou da década de cinqüenta, meu pensamento se assemelha ao de Marx, tenho uma visão clara e objetiva da Educação e da valorização do ser humano. Aposto num mundo melhor, onde o homem, através da leitura, e de uma convivência de vida melhor, não se deixará dominar por uma sociedade unicamente capitalista.
A dominação legal, ainda continua presente na maioria da escolas públicas, onde as leis são instituídas pelo poder público, cabendo a educadores e educandos a árdua missão de cumprí-las, sem direito de defesa.
Se realmente queremos formar cidadão crítico, corajoso, responsável e pensante, precisamos urgentemente oferecer oportunidades e subsídios, onde o educando possa conviver com as mais diferentes formas de linguagem.
Precisamos nos alertar, pois enquanto estamos tentando alfabetizar a criança, o adulto não letrado está sendo mistificado como responsável por esta sociedade “desmantelada” com a qual convivemos e que em nossas mãos está confiada esta mudança ou continuidade.
O tema leitura está chamando a atenção dos educadores comprometidos com a causa da educação, a partir do momento em que vimos que embora a criança apresente alguma dificuldade de aprendizagem, é capaz de ler, de acordo com suas possibilidades e limites, seja folheando livros, olhando figuras, assistindo TV, ouvindo histórias, aprende observando o gosto que o outro sente pela pratica de ler.
A leitura labial, não deixa de ser uma forma de comunicação, que possibilita ao surdo conviver harmonicamente com o mundo. Enfim, todos os problemas do mundo serão vencidos, quando todos, através da leitura tiverem condições de questionar, interpretar e resolver, não deixando a mercê de alguns privilegiados.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Durante o período em que desenvolvi o estágio curricular, me apropriei de diferentes textos e atividades sugeridas durante todos os eixos. Todas as disciplinas foram importantes para o bom andamento deste processo.
Muitas ferramentas foram utilizadas, a fim de tornar meu aluno autônomo, decidido e crítico. A pesquisa foi fundamental, pois através do seu procedimento básico, ou seja, do ler para estudar, ler por ler e ler para escrever, foi possível cumprir uma das ou quem sabe a maior responsabilidade da escola que é ensinar o aluno a estudar para se sair bem no Ensino Básico, superior e por toda a vida, sendo capaz de selecionar e usar informações essenciais para aprender a viver com independência.
Para realizar este trabalho com sucesso foi preciso transformar a sala de aula num ambiente acolhedor e ao mesmo tempo desafiador, apresentar fontes confiáveis, textos dos mais variados gêneros literários possíveis pois só procuramos respostas para aquilo que nos motiva, provoca, que nos aflige ou gera curiosidade.
A partir do estudo da leitura, os alunos aprenderam a tomar nota, a fazer pequenos resumos, a interpretar e dar sentido a textos por eles criados.
Para organizar nossa primeira situação de investigação, no trabalho com a família, a partir do diálogo, definimos o tema do estudo, em seguida partimos para a elaboração de perguntas feitas pelo aluno sobre a orientação da professora. Partimos então para a pesquisa, propriamente dita, levando em consideração o nível de conhecimento dos alunos.
Conforme explica Pedro Demo “É preciso certo grau de conhecimento sobre o que será investigado para ter a curiosidade despertada e querer aprofundar no tema”.
A partir desta atividade, os alunos aprenderam a interpretar, pois conheceram modelos mais claros de leitura, relacionando o que está sendo lido ou explicado àquilo que já sabem.
Alem de trabalhar muito com leitura, nunca foi deixado de lado o uso da escrita, pois esta é uma ferramenta de organização do conhecimento e favorece o aprofundamento do tema em estudo.
Um dos maiores desafios para os alunos, foi sem sombra de dúvidas a produção de textos, pois requer muita atenção e eles não estavam acostumados a este tipo de atividade.
Para garantir a familiaridade, foi preciso fazer muitas leituras, dos mais diferentes gêneros literários, muito treinamento da escrita, orientação, revisões individuais e coletivas dos elementos textuais e da apresentação da própria informação.
O trabalho com leitura possibilitou a socialização da turma, os trabalhos feitos pelos alunos eram mostrados aos colegas e expostos na sala para que professores e colegas de outras séries pudessem apreciá-los.
Em todas as interdisciplinas foi feito uso constante da leitura, proporcionando assim um maior e melhor entendimento e aproveitamento, resultando num avanço considerável de aprendizagem.

sábado, 20 de novembro de 2010

Desde o tempo do Brasil colônia e imperial, o ensino da leitura precedia o ensino da escrita, este era atribuído ao preço do papel, cujas famílias de menor posse tinham dificuldades ou impossibilidades de adquiri-lo. Ainda hoje, a leitura antecede a escrita, a criança entra em contato com diferentes textos antes de saber ler ou escrever, favorecendo assim reflexões sobre o sistema da escrita e o conhecimento de seus usos e de suas funções.
Na escola, a criança inicia uma nova etapa de socialização, pois convive com um grupo maior, para isso é necessário aprender e cumprir regras, ler e interpretar, buscar solução para problemas, entender causas, analisar conseqüências, ser sujeito que procura ativamente compreender o mundo, buscando resolver interrogações que este mundo apresenta isto tudo independe do uso da escrita.
O professor precisa repensar sua maneira de trabalhde seus direitos e deveres, capazes de contribuir para a construção de uma sociedade igualitária, digna e democrática.
Através das atividades de leitura e escrita, o aluno aprende coisas diferentes, mobiliza saberes distinto.
A leitura é um meio de lazer e informação. É um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de construção de significado do texto lido.
Segundo Zilberman (1985, p.11)
A universidade do ato de ler provém do fato de que todo indivíduo está intrinsecamente capacitado a ele a partir de estímulos da sociedade e da vigência de códigos que transmitem preferencialmente por intermédio de um alfabeto.
O objetivo da leitura deve ser a formação do indivíduo autônomo.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Após releitura e reflexão do texto “A matemática da vida”, compreendi que esta e a leitura não podem jamais se separar, precisam sim seguir uma linha paralela, apesar de inúmeros professores sentirem muita rejeição com o estudo da matemática, procurando distanciá-la das demais disciplinas. Por ser a matemática essencial na formação do cidadão, precisamos ler e escrever matemática. Mais uma vez se apresenta a leitura como peça fundamental da aprendizagem, já que o sujeito que não lê, não escreve e nem interpreta, ficando difícil ou impossível resolver problemas apresentados no dia a dia. Embora na escola matemática e linguagem não se articulem muito bem, na vida real é impossível interpor qualquer estranhamento entre elas. Na realidade precisamos de ambas, a leitura/ escrita e matemática. Uma até pode se apresentar de maneira mais formal, outra menos polissêmica, mas todas fazem parte da comunicação humana.
A pratica do diálogo, entre educador e educando deve ser usada em todos os momentos, para que ambos estejam cientes do que está sendo ensinado e para que deve ser aprendido, para assim poder compreender e desvelar a linguagem do que está sendo dito nas atividades.
A leitura “desperta” e alimenta a confiança e o respeito que deve permear todo o trabalho realizado em educação. Assim sendo verificou-se que quando contextualizada no universo da criança a leitura é incorporada com mais criticidade.
Percebe-se que o ato de ler é base essencial para a apreensão do conhecimento. Saber ler implica em desvendar mistérios e compreender mundos, ultrapassar qualquer idéia de se querer mensurar ou de colocar limites de sentido. Nunca é demais lembrar que “a leitura do mundo precede a leitura da palavra “, tal como ensinou o mestre Paulo Freire (1992).

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Sabemos quer para o cidadão conviver harmoniosamente com o grupo e o ambiente, não basta ser alfabetizado, precisa saber ler o mundo, ser letrado.
Através de experiências e estudos, está comprovado que a leitura é fundamental na vida de qualquer um e que a melhor forma de iniciar o estudo de um texto, é criar no aluno a necessidade da leitura.
Para que isto ocorra, é necessário o estímulo, que poderá ser provocado das mais diferentes maneiras, prevalecendo sempre a intenção de despertar e manter o interesse e o gosto pelo que faz.
Brincar de teatro faz de conta, realizar leitura de texto em coro falado, brincar de fazer mímica, propor desenhos e colagens, são atividades essenciais, pois o aluno tem liberdade de escolha, podendo interpretar, observar, participar, despertando assim a curiosidade e a criatividade .
Na verdade, educamos ainda hoje, com os mesmos métodos e princípios do passado, não passamos da geração alfabética , da aprendizagem através do texto escrito, do livro didático, da repetição de frases.
Podemos dizer que educandos e educadores são analfabetos ou semi-analfabetos para a leitura de imagens e dos sons. Valorizamos apenas o que nos é transmitido, através da palavra oral ou mais ainda, escrita.
Precisamos de legenda para “ver”, de letra para “sentir” uma música. Precisamos palavras para demonstrar nosso amor.
A escola, ao pretender ensinar, deve levar em conta o que o aluno traz consigo sua experiência pessoal, adquirida no seu grupo social e que esta influenciará no processo de aprendizagem.
A leitura é a principal responsável pelo conhecimento, e aprendizagem do educando, daí a importância do professor em oferecer subsídios para o desenvolvimento deste ato. Ensinar a ler, faz parte do conjunto de práticas que constitui o letramento. Não é suficiente decodificar a língua escrita para ser letrado. É necessário sim, tornar-se usuário desta língua, como leitor e como produtor de textos. Sendo assim, uma das funções do professor é contribuir para colocar seus “discípulos” em situação de letramento, não se limitando, a ensinar a decodificar e/ou a reproduzir o código lingüístico.
Como assinala Antunes (2003), “o aluno, antes de qualquer coisa, deveria estar convencido das vantagens de saber ler e poder. O professor faria bem, então, em ajudar o aluno a construir uma representação positiva da leitura e dos poderes que ela confere ao cidadão. E, em cada situação particular da sala de aula, deveria explicitar para os alunos os objetivos de toda atividade de leitura”.

sábado, 30 de outubro de 2010

O Brasil está passando por uma fase decisiva na vida política. De um lado, “um “governante que dá o peixe”, do outro,” o que ensina a pescar. Nesta situação, me pasma ver a indecisão dos eleitores e reporto-me as séries iniciais e finais do Ensino Fundamental, questionando-me o modo como os professores encaravam a alfabetização e o poder que a leitura tem na vida destes cidadãos.
Sabemos que a imprensa não poupa espaço para levar ao ar, informações que esclarecem ou perturbam nossa mente. Cabe ao ser letrado discernir entre o que está sendo oferecido de forma convincente e a matéria que está tentando nos influenciar de maneira a nos confundir.
O processo de escolarização visa mais desenvolver habilidades cognitivas, motoras, que segundo meu pensamento visam constantemente desenvolver habilidades individuais e não práticas letradas, como as que ocorrem na família. Na escola, a criança é introduzida no mundo da escrita e posteriormente no da leitura, porem direcionado para o lado banal, ou seja, o uso constante do livro didático, com perguntas e respostas prontas e descontextualizadas.
O aluno aprende e convive na escola com habilidades relacionadas à necessidade cotidiana, como se alimentar, pegar o ônibus, fazer cálculos “mecânicos”, sem saber que multiplicando o fator aumenta e dividir significa repartir, que o legal é ter notas boas, mas que para isso não é necessário ler e estudar muito, que muitas vezes basta os pais terem uma “conversa” com professora e direção da escola, ou então “ ser o queridinho”, o aluno bonzinho, submisso, limpinho e que oferece rosas.
Seguindo essa linha de pensamento existe uma preocupação constante por parte de alguns professores com o analfabetismo, ou seja, com o ser não letrado, pois este é mistificado como responsável por muitos efeitos como a pobreza, a falta de emprego, a escolha de maus políticos, os fracassos, tendo como reflexo a escola que prima pela valorização de um sujeito alfabetizado que domina a escrita, deixando de formar cidadão crítico, comprometido, dinâmico e participativo, enfim pelo letramento social.
O sistema educacional apresenta inúmeras deficiências na formação de sujeitos plenamente letrados, isto em decorrência das falhas de um currículo que instrumentaliza o professor para o ensino, direcionado a um modelo autônomo, que encaminha o educando por caminhos previamente determinados em função de uma classe social, sem considerar sua inteligência ou potencialidade, quando esta deveria ser o ponto chave na educação.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Durante este eixo, a interdisciplinas estiveram interligadas em torno de um tema importantíssimo na vida do educando e do educador “leitura”. Este tema nos chama à responsabilidade a partir do momento em que vimos que mesmo a criança com dificuldade de aprendizagem é capaz de ler, de acordo com suas possibilidades e limites, folhando livros, olhando figuras, ainda que não decodifique palavras e frases escritas, aprende observando o gosto pela leitura dos outros( pais, professores ou outras criança). O processo de aprendizado começa com a percepção da existência de coisas que serve,m para ser lidas e de sinais gráficos.
Quanto mais cedo historias orais e escritas entrarem para a vida de qualquer criança sem exceção, maiores as chances de ela despertar o gosto pela leitura.Escutando histórias, conhecendo o livro como objeto tátil,”que ele toca, vê e tenta compreender as imagens que enxerga”. Diz Perroti (2006,p.18)
Na interdisciplina de Necessidades Especiais, convivi com a importância da leitura no desenvolvimento e aprendizagem na vida de uma criança surda, ao fazer o dossiê da Bibi. ( surda). A partir do momento em que pude presenciar uma aula com turma de seis alunos, senti o entusiasmo e o interesse de cada criança, quando a professora através de material concreto e da língua de sinais apresentava histórias na hora do conto
A leitura labial, a língua dos sinais, as gravuras e gestos, tudo isso servia como incentivo, despertando alegria, horror, emoções.
Segundo Odeh (2000) “encontram-se na literatura brasileira estimativa e referências variadas sobre o atendimento em Educação Especial para crianças com deficiências.”.
“Este eixo esteve também voltado para a cultura, onde a leitura se apresenta como pré-requisito, sendo a grande responsável pelo conhecimento, através do qual o” homem “ resiste com argumentos ao ser ordenado pelos poderes públicos que executem determinada tarefa, considerada contra seus princípios.
A única e verdadeira força contra o princípio de Auschwitz seria a autonomia, se é que posso utilizar a expressão de Kant; a força para a reflexão, para auto determinação, para a não participação. Estes princípios provem a partir do momento em que através da leitura, buscamos formar cidadão reflexivo, crítico, capaz de expor e argumentar seu próprio pensamento.
Como citei anteriormente, à toda criança deve ser dado o direito e o acesso a leitura, , pois como ser pensante, mesmo sem dominar a leitura e a escrita formal , conseguem fazer “ leituras” visto que a família, a televisão , os filmes, as gravuras, materiais lúdicos , grupos sociais e discursos também educam.
“As múltiplas histórias, experiências e culturas devem ter espaço para ali dizer suas verdades que se cruzam as fronteiras” ( Corazza 1998).

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Dando continuidade as minhas postagens, reportei-me a textos estudados no eixo V. Como ler não é apenas decodificar, converter letras em som, fiz uma breve reflexão, li e reli o texto, podendo assim interpretar o que ali estava escrito.
Marx por exemplo foi um grande pensador, polêmico e inteligente, alguém que conhecia os interesses do capitalismo, mas tinha uma visão diferenciada do mundo, da educação e da valorização do ser humano. Considerava o homem responsável pela sociedade, valorizava o conhecimento adquirido através da leitura, da convivência social e da qualidade de vida. Acreditava na urgência de uma revolução na Educação.
Conforme cita Meszarios no texto “Educação contra alienação”, recuperar o sentido da educação é recuperar o senso crítico, levando o cidadão ao conhecimento de si mesmo por meio de alternativas criativas.
Ainda hoje, muitas escolas seguem a linha da escola dos séculos XIX e XX, usando a lógica do professor que ensina e do aluno que aprende, formando assim cidadão obediente, passivo e submisso, quanto menos letrado for o aluno, menor dificuldade de domínio sobre ele terá o professor.
A dominação legal continua presente na maioria das escolas públicas, onde as leis são ditadas pelos governantes, cabendo a educadores e educandos o dever de cumpri-las.
Nós como educadores, precisamos ter como meta a formação de seres participativos, pensantes, democráticos, críticos e questionadores, pois assim estaremos contribuindo para uma sociedade solidária, mais igualitária, onde todos tenham direito a uma educação de qualidade, podendo participar, criticar, organizar e resolver, dentro de seus limites e diferenças.
A escola quanto entidade educativa, precisa ser reorganizada, estruturada de tal modo que faça valer o papel importante que exerce na vida do ser humano, pois são com certeza os educadores os responsáveis natos pelo crescimento, desenvolvimento e formação de indivíduos com idéias libertadoras, capaz de enfrentar o mundo, mudando, criando e ou ajustando leis em benefício da coletividade.
Maria Beatriz Gomes da Silva, em seu texto “Organização Curricular da Escola e Avaliação da Aprendizagem”, fala da importância do currículo. Baseada neste tema, refleti sobre nossa responsabilidade quanto educadores neste contexto.
O currículo deve abranger o meio em que o professor atua as reais necessidades da turma, a valorização do ser humano, a formação crítica, o respeito a direitos e deveres, a democracia e a sociedade.
Nos dias atuais, se torna difícil a comunicação e a relação com a sociedade quando não se tem um domínio sobre a língua falada e um leitura com fluência, pois isto nos impossibilita de interpretar o mundo.
Se realmente queremos educar, precisamos oferecer oportunidades e subsídios para que o educando conviva com as mais diferentes formas de linguagem, proporcionando assim um crescimento que será alcançado através dos mais variados gêneros literários
Cabe ao professor e a escola fazer com que o aluno veja a leitura como algo interessante e desafiador, algo que, ao ser conquistado plenamente, dê autonomia e independência.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Pensava anteriormente que necessitávamos bem pouco da matemática para solucionarmos problemas da nossa vida, porem relendo e refletindo sobre o texto “a importância da matemática”, percebi o quanto as habilidades matemáticas são importantes e estão presentes em nossa vida.
Com certeza, matemática e leitura não podem se separar, precisam seguir juntas, em uma linha paralela.
A matemática é essencial na formação do cidadão. A partir do momento em que convoquei a turma a pesquisar onde o número estava presente na nossa vida, quando saímos em grupo na busca dos mais diferentes lugares onde se encontrava número e trabalhando sobre o valor destes, bem como a quantidade que representavam, a aprendizagem, o domínio e o interesse por esta disciplina foi bem melhor.
Outro fator que deve ser levado em consideração é a integração da matemática com as demais interdisciplinas.
.Segundo Danyluk “é preciso ler e escrever matemática”.Para dar conta da realidade, precisamos de ambas, leitura/escrita e matemática. Uma pode ser mais ou menos formal, polêmica ou ambígua, mas ambas fazem parte da comunicação humana.
O trabalho, quando desenvolvido com auxílio de material concreto para introduzir qualquer atividade , facilita a aprendizagem, tornando assim a aula prazerosa, descontraída e dinâmica.
Insisto na idéia do debate e da pesquisa como facilitador da aprendizagem, jamais oferecendo respostas prontas.
.Apesar da referencia feita quanto a maneira como trabalho matemática em minha sala de aula,, ou seja, de forma concreta, saliento ainda que esta disciplina modificou meu modo de ser como educadora. Todas as atividades matemáticas foram muito interessantes e sugestivas, porém cito como mais desafiadoras, a leitura e construção de gráficos e o uso do geoplano, que facilitou a construção e utilização em sala de aula de figuras geométricas, área, perímetro, medidas e frações, exigindo um certo esforço por ser uma atividade não vivenciada pela turma.
Minha prática de ensino foi enriquecida após a leitura do texto: O geoplano do professor José Carlos Pinto Leivas.
A turma adorou trabalhar com problemas não-convencionais, isto depois de uma pesquisa feita em grupo sobre conceitos onde puderam constatar que estes apenas exigem mais atenção na interpretação, podendo apresentar múltiplas respostas ou ainda oferecer dados que não serão usados na solução do problema. Aí, está associada a leitura, pois só quem lê consegue escrever e interpretar.
Em Estudos Sociais, explorei o tempo físico, histórico e social, levando a criança a analisar contextos da época de modo a perceber seu tempo como diferente de outros tempos ou épocas, rebusquei fatos e fotos antigas, trouxe para a sala relatos orais de pessoas que nasceram e passaram parte de suas vidas em épocas mais antigas, fazendo um paralelo entre o que mudou e o que ainda existe no espaço onde vivemos, comparando o antes e o depois, criando nossa historia.
Como minha turma é composta por alunos de diferentes etnias, ao iniciar o estudo sobre Imigração no Rio G do Sul, o fiz através de pesquisa, com o intuito de buscar informações sobre a vida dos alunos e familiares como: local de nascimento, de onde vieram, porque vieram, quando vieram etc.
Foi feito cartazes sobre as etnias, localizamos no mapa os países , municípios e estados de origem , relacionando usos e costumes entre as famílias.( Este tema foi bem explorado).
Este trabalho teve o intuito de preparar o aluno para entender o tempo como dimensão contínua, que passa sem cessar; percebendo que o tempo abrange momentos ( tempo físico) sobre o qual os homens escrevem sua trajetória , fruto de suas relações sociais (tempo histórico).
Ao iniciar, a interdisciplina do Seminário Integrador, fiquei bastante apreensiva, pois confesso que não entendia bem a que se referia. Pouco a pouco fui percebendo que através da troca de experiências, de idéias, da relação professor aluno, é que se dá o ensino aprendizagem.
O lançamento de perguntas criadas para a entrevista com os pais e comunidade demonstrou o domínio que tinham sobre a leitura.
Procuro passar para os alunos o espírito crítico , criativo e curioso que trago comigo, pois acredito que assim a aprendizagem acontecerá de maneira autêntica.
Para dar conta da realidade precisamos da leitura/escrita e matemática.Não se lê bem a realidade sem o concurso de ambas e é por isso que, falando de propedêutica básica, aparecem, sempre juntas, ao lado da filosofia, linguagem e matemática( Demo,1995ª)
Para poder traçar a linha de tempo com meus alunos, precisamos fazer uma reconstituição do passado de cada aluno, de cada família. Formulamos perguntas, entrevistamos, interpretamos respostas, montamos textos e executamos leitura oral. Rebuscamos fatos e fotos, para fazer um comparativo com o presente. Refletimos sobre o que mudou e o que permanece com poucas ou nenhumas alterações, como o caso do quadro verde e giz como único recurso pedagógico e a maneira tradicional de professor “ensinar”.Os alunos com bastante dificuldade conseguiram com auxílio da professora desenvolver este trabalho, pois possuem um vocabulário bastante pobre, resultado da falta de leitura.
Fiz toda esta descrição, querendo provar a necessidade e importância do professor trabalhar a leitura desde as séries iniciais, ou melhor, desde a Educação Infantil.


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domingo, 12 de setembro de 2010


A leitura é fundamental na vida de qualquer ser humano. Antes de ler o código escrito e de dominar o alfabeto, a criança lê o valor do incomunicável da linguagem através da hospitalidade de palavras, gestos e ritmos a ela oferecidos pelos que a mantêm,cuidam e amam. Antes mesmo de desenvolver habilidades manuais de precisão com lápis e linhas, as crianças produzem textos orais, lêem imagens e compartilham com adultos e crianças fatos significativos de sua vida.
A leitura deve fazer parte do cotidiano da criança, iniciando com as famosas contações de historias pelo adulto. Ao contar uma história, é necessário que seja bem conhecida do contador, escolhida a seu critério, podendo ser as de antigamente ou atuais, de bruxas ou fadas, não importando que seja ela curta ou comprida, desde que motive a criança, despertando interesse, exigindo assim um clima de envolvimento. Que seja respeitado pausas, intervalos, o tempo para o imaginário de cada criança. A leitura de diferentes versões do mesmo conto de fadas para os alunos é muito importante, podendo variar a apresentações das versões, usando diferentes recursos como filme, historia em quadrinhos, vídeo...para posterior observação de aspectos interessantes ocorridos em ambas as versões, como: presença e caracterização de personagens, ações do enredo, desfecho, referências a tempo e espaço, bem como as ilustrações através de observações.
“È ouvindo histórias que se pode sentir emoções importantes, como a tristeza, a raiva, a irritação, o bem-estar, o medo, a alegria,a tranqüilidade e tantas outras mais e viver profundamente tudo o que as narrativas provocam em quem as ouve com toda amplitude, significância e verdade que cada uma delas fez ou não brotar. É através duma história que se podem descobrir outros lugares, outros tempos, outros jeitos de agir e de ser, outra ética, outra ótica”. ( Fanny Abramovich)
“A representação é reprodução de sentido através da linguagem.” (DALLA ZEN; TRINDADE, 2002), que pode variar de acordo com a época e o contexto cultural, sendo considerada como a construção, a produção e a identidade social do indivíduo que pode reforçar e constituir determinadas “verdades” que tornam práticas sociais históricas e culturais de acordo com a demanda do momento.
Ao longo das atividades propostas pela interdisciplina de Artes Visuais, foi possível desenvolver a arte da leitura de imagens,a observação, a leitura oral e escrita, incentivando os alunos , permitindo aulas melhores e mais criativas.
A interdisciplina de Literatura Infantil, demonstra como trabalhar a leitura através da poesia, dos contos de fada, enfim da infinidade de gêneros literários que podem ser explorados, para desenvolver hábitos de leitura e escrita
A travalingua é uma leitura divertida, desperta a atenção, brinca com o aspecto sonoro das palavras. É um desafio para a leitura oral e agrada muito as crianças.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

A partir da aula presencial, pouco fiz alem de procurar livros, tentar me “ familiarizar” com a pesquisa na Internet, reler textos das interdisciplinas que fizeram parte do eixo I e rascunhar procedimentos utilizados no estágio curricular e que servirão como base para o TCC.
Relendo textos, percebi o quanto a leitura está presente em todos os momentos da vida do ser humano.
Piaget foi um dos escritores com quem mais me identifiquei durante o curso, pois como ele muito me preocupa a aprendizagem dos alunos.
A interdisciplina Escola Projeto Pedagógico e currículo muito vão contribuir com meu trabalho, enfatizando idéias de Paulo Freire, Ira Shor e John Dewey.
A LDB, também será usada como objeto de pesquisa.
. Na década de 70 e princípios de 80 surgiu na UFRGS, apoiada nas teorias de Piaget trabalhos explorando a potencialidade do computador.
Após ler o texto “Informática Educativa da Brasil: Uma História Vivida, Algumas Lições Aprendidas” de Maria Cândida Morais, fiquei surpresa com a rapidez com que a informática vem se expandindo, não só no meio educacional como social.
O uso do Software educativo favorece e facilita a aprendizagem, pois o aluno ao errar no computador, não se sente incapaz de aprender, pelo contrario, desperta a vontade de repetir, de tentar. Os erros e as tentativas auxiliam na aprendizagem.
Utilizando o programador de textos , o aluno elabora, copia palavras, frases e textos, amplia o vocabulário, a ortografia, criatividade, desenvolvendo a atenção e o raciocínio.
Lembrando o mestre Progogine (1996): “O tempo é construção (...) Não podemos ter esperanças de realizar o futuro, mas podemos influir nele (...) Há pessoas que temem utopias, eu temo a falta de utopias”.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

TCC...

Estamos concluindo a ultima etapa do curso de pedagogia, momento destinado à elaboração do TCC.
Sabemos que “O TCC não pode ser um texto que se restrinja apenas a um relato de experiências ou a uma reflexão bibliográfica”.
Faz-se necessário decidir por uma questão que seja questionadora e que enfoque pratica realizado e ou vivenciadas durante o estágio curricular e formular uma boa pergunta, para que sejamos motivados a um maior aprofundamento, que nos mova incansavelmente em busca de uma resposta, pois assim faremos uma pesquisa consciente e construtiva.
No momento em que precisei decidir pela escolha do tema, reli meu relatório de estagio e montei para mim um relatório dos temas em evidência durante este período e optei pelo que mais me inquietou que foi a questão da falta de leitura.
Questão provisória: Como o uso constante e a diversidade de gêneros literários podem influenciar na vida do ser humano?
Vou apresentar para as coordenadoras esta pergunta e pedir auxílio, pois sinceramente estou achando um tema muito abrangente, quem sabe formulamos uma nova pergunta enfocando o mesmo tema.
Durante o curso este tema foi focado direto ou indiretamente em todas as interdisciplinas, pois a leitura está presente no nosso dia a dia. Fizemos uso de um vasto referencial teórico, sendo subsidiado por autores como: Piaget, Ana Teberosky, Kleiman, Emília Ferreiro, Paulo Freire, Zilberman, R. Soares, M , dentre muitos outros que serão citados posteriormente.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

SEMINARIO INTEGRADOR

Estamos na era da tecnologia, onde não se admite alunos que não conheçam embora teoricamente a vida do computador e da internet. Como nossa escola não dispõe deste recurso, expliquei aos alunos o significado de portifolio, propondo que elaborássemos um. Montamos um caderno onde os alunos sem nenhum roteiro ou modelo de como deveriam ser os registros, foram orientados a usufruir da liberdade em expor suas aprendizagens, duvidas ou angustias. Após este caderno era encaminhado aos colegas para que fosse feito o comentário e após a professora para o comentário final.
Os comentários preferiam fazer-los em forma de bilhetinhos presos por clipes, pois como comentei com a turma, não me sentia autorizada a escrever em seus cadernos.
O portifólio é sendo usado como estratégia para avaliação, pois retrata o processo de aprendizagem de quem escreve e de quem comenta.
Alem de instrumento de aprendizagem e avaliação, o portifolio representa um veículo de comunicação entre a professora e os alunos sobre o processo de aprendizagem, favorecendo e fortalecendo o diálogo entre os atores do processo educativo. Neste espaço, os alunos registram idéias, síntese de textos lidos, dos exercícios, das atividades propostas, o resumo de aulas. No final de cada aula com o objetivo de instigar a reflexão a ser postada, deixo a pergunta: “O que você aprendeu hoje?”
Hoje, último dia de estágio, os alunos me entregaram seus portifólos onde pude avaliar não apenas os textos escritos, mas as colagens, a capa e adereços demonstrando sinal de agradecimento e satisfação.
Para mim, o trabalho com este tipo de registro possibilitou amadurecer a minha pratica de ensino e principalmente acreditar no trabalho coletivo, compartilhando momentos vividos, construindo novos conhecimentos. Como professora estagiaria, digo que pensei, transformei, transmiti, revi e cresci, quanto a meus alunos, os registros e os resultados obtidos falam por si.
Durante toda a minha trajetória como educadora, este estágio foi uma das etapas mais marcantes e significativas, , porem esgotado o período do estagio, sinto a necessidade urgente em juntamente com os colegas professores ao menos lutar por uma educação de qualidade, onde o aluno seja valorizado e respeitado.

terça-feira, 15 de junho de 2010

SEMINARIO INTEGRADOR

Como titular a um mês do terceiro ano, percebo que há entre eles certo grau de agressividade, quase ultrapassando o que poderíamos chamar de agressividade equilibrada, presente no desenvolvimento humano.
Juntamente com a estagiaria, buscamos conhecer a realidade familiar de cada aluno, através de visitas, pesquisas, dialogo com a turma e através de reunião com os pais. Percebemos que a agressividade de alguns chega a ser preocupante, pois atinge também a família e as pessoas com as quais convive, ou por elas são instigada a agredir, baseadas no exemplo.
Após este trabalho, estamos buscando tomar determinadas atitude e medidas buscando compreender os motivos que justificam tais comportamentos.
Os educadores necessariamente devem trabalhar a dimensão das relações inter individuais, dimensão esta que implica a legitimação de princípios e regras de convívio.
Através do dialogo, estamos instigando os alunos a formular ações baseadas em regras e limites que possam ser respeitadas e cumpridas por todos, sem que isso fira o bom relacionamento entre alunos e professora.
Busco organizar o ambiente escolar de modo que o aluno se sinta calmo e confiável, porem na comunicação mantenho firmeza na voz e na expressão corporal, estipulando limites e dizendo não sempre que necessário, aliás o que considero uma forma de dar carinho e educa-los.
. Nem sempre o professor está preparado para lidar com esta realidade e por vezes sem muita supervisão e ou orientação acaba prejudicando seu trabalho, pois trabalhar com alunos agitados e agressivos exige muito mais que teoria, exige pratica.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

SEMINARIO INTEGRADOR

Baseada em minha experiência e em conhecimentos adquiridos durante o curso quero deixar registrado minha preocupação com a maneira como muitos professores desenvolvem sua pratica em sala de aula.
O papel do educador consciente é testemunhar a seus alunos, diariamente seu amor, competência, tolerância, concordância e coerência entre o que diz e o que faz, sendo capaz deonviver com as diferenças. Estas diferenças deverão ser conhecidas não somente através de observações, mas também no chamado “corpo a corpo”, ou seja, em visitas, encontros, entrevistas e investigações,
Para desenvolver este processo de conhecimento é importante que se investigue o aluno como membro de uma família, uma comunidade com uma linguagem própria, seus valores, desejos, frustrações, possibilidades, necessidades, capacidades conhecimentos, hábitos, vivência social etc. É o conhecimento de realidades e experiências de vida que vão abrir caminhos para melhor entendermos os problemas de nossos educandos.
É fundamental que o professor observe e estude esta realidade na qual sua ação pedagógica será efetivada, para então preparar ações reais, organizadas e apropriadas ao nível de interesse do aluno, pois estará então elaborando um trabalho amparado em vontades e idéias significativas dentro do contexto escolar.
Será que nós quanto estagiários ou professores, em algum momento paramos para analisar a realidade onde se desenvolve nossa pratica pedagógica?
Já pensamos e agimos quanto as mudanças que pode e deve sofrer em nossa Pratica? E o que deve permanecer?
Como e quem são meus alunos? Conheço-os como pessoa, como grupo ou apenas pelo nome?
Será que minha pratica está adequada ao momento?
E o meu relacionamento com a titular da turma não está interferindo no meu relacionamento com os alunos?
Apesar de estarmos finalizando nosso estágio, ainda há tempo , vamos parar e refletir, buscar dados sobre a realidade do aluno, do professor titular e da escola,pra construirmos , para que possamos colocar os primeiros tijolos que servirão como alicerce para uma educação de qualidade.
“Quanto melhor for a qualidade da educação, menos importante será o papel da psiquiatria no terceiro milênio.” Augusto Cury.

terça-feira, 25 de maio de 2010

SEMINARIO INTEGRADOR

O estudo da língua portuguesa baseado em intermináveis e descontextualizadas análises morfológicas e sintáticas, deram lugar à oralidade.
Hoje, as atividades de praticas orais são usadas nas escolas com objetivo de estimular o falar e o ouvir, oferecendo aos alunos oportunidades de aperfeiçoar seus conhecimentos lingüísticos.
Para que o aluno se expresse através da escrita é necessária uma seqüência, visto que isto não ocorre de uma hora para a outra, mas no decorrer de um processo que deve ter início mesmo antes da criança ter contato com o ambiente escolar , ao ouvir histórias lidas ou contadas pelas mães .
Quanto mais ricas forem as experiências de leitura e de escrita, mais facilidade terá o educando de expressar-se, pois “ Aprende-se a escrever , escrevendo”. Digo isto, pois para que nossos alunos escrevam, é necessário que exista motivação,
Costumo solicitar a meus alunos um caderno unicamente para registro de suas produções textuais, pedindo que personalise através da técnica de desenho,pintura ou colagem. No decorrer do período escolar, o aluno tem condições de apresentar aos colegas e professores um coletânea de textos , possibilitando a leitura e avaliação.
Para que o aluno desperte para a escrita, adquirindo gosto por esta pratica, é de fundamental importância que o professor, mesmo detectando erros , encontre aspectos positivos dessa produção, comunicando oralmente ou por escrito ao seu criador.
Uma atitude que o professor poderá ter diante de um texto é conscientizar o aluno da necessidade da auto correção, dando-lhe autonomia. Com certeza, será reescrevendo, , revendo o que escreveu, reformulando idéias, trocando palavras, que o aluno conseguirá aprimorar suas produções.
É muito importante ao escrever um texto, saber que este será lido por outras pessoas, diferentes de colegas e professores, daí o valor da exposição de trabalhos em local de circulação não só do corpo docente. Trocar idéias com os colegas é também um elemento significativo no processo da composição de textos.
Em nossa escola está sendo desenvolvido um projeto de leitura, onde uma vez por semana, em dias alternados, num espaço de cinqüenta minutos ,corpo discente e docente se dedica a leitura.
Como os textos variam de acordo com o publico, a bibliotecária seleciona os livros, procurando informar, convencer, divertir etc. a clientela, de maneira a despertar o gosto e o interesse pela leitura, pois caso isto não aconteça, não haverá leitura pois a mera oralização de sinais gráficos não pode ser denominada leitura.
Comentei sobre o projeto em desenvolvimento, pois ensinar a escrever texto, implica estabelecer uma relação entre leitura e escrita, pois através da primeira, o aluno estará em constante contato com característica da linguagem escrita, a qual utiliza na hora de montar seu texto.
A partir das leituras os alunos estão escrevendo textos de forma dinâmica, apresentando fundamental aperfeiçoamento na qualidade dos mesmos, pois se percebe o crescimento e a argumentação de textos.
Segundo Ângela Kleiman, “a leitura é uma interação em que o autor e leitor constroem os sentidos de um texto”.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

SEMINARIO INTEGRADOR

Durante este período de estágio, foram muitos os momentos em que me deparei refletindo sobre minha pratica pedagógica.
Ao planejar minhas aulas, ao trabalhar com meus alunos, percebo que muitas marcas ou ensinamentos trazidos de classes do Ensino Fundamental e Médio, associados a educação recebida em casa, por pais analfabetos porem letrados estão registrados na minha maneira de valorizar o ser humano, de respeitar cada um na sua individualidade, de trabalhar comas crianças.De família humilde, sentia-me desprotegida na sala de aula, sem coragem para responder ao que era solicitado, porem a professora nos reunia em grupo, incentivava a participação e através de elogios nos levava a valorização.
Faço esta citação apenas para lembrar o quanto nós educadores marcamos com nossas atitudes e exemplos a vida de um aluno, podendo influenciá-lo positiva ou negativamente.
Precisamos introduzir nosso aluno no mundo da pesquisa, pois o conhecimento que chega até ele através de livro ou da palavra do professor é apenas recebido, memorizado, repetido e por vezes esquecido. O que a escola ensina ainda hoje, pouco ou nada tem a ver com a vida, com a experiência, com as necessidades, limitações e interesses dos educandos.
Em contra partida, educadores insatisfeitos com este sistema de ensino, com estas práticas educativas, vem tentando estabelecer uma relação mais autentica e dinâmica, procurando desenvolver no aluno sua criatividade e autonomia, resgatando sua própria identidade. Ao professor não cabe mais a tarefa de transmitir conhecimento ou seguir um programa de ensino, mas sim de fornecer recursos e instrumentos a fim de que os alunos possam enfrentar e resolver problemas do seu cotidiano, bem como construir pouco a pouco as noções próprias a seu desenvolvimento intelectual.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

SEMINARIO INTEGRADOR

Os conhecimentos teóricos sobre como a criança aprende, a relação entre ensino e aprendizagem vista à luz da teoria de Piaget e Vigostsky, somados a minha experiência como educadora em sala de aula, tem sido fundamentais para a construção de novos saberes.
Geralmente os educadores têm como princípio perseguir o crescimento e o desenvolvimento dos alunos, mas para isso é necessário ter-se em mente que o diferencial está na postura do educador. É necessário para isso fazermos uma reflexão à luz da pratica na sala de aula, ouvir os alunos, levá-los a levantar hipóteses, construir conceitos, compreender a lógica de seus erros, pois é obvio que a aprendizagem escolar nunca parte do zero. A criança inicia seu aprendizado muito antes de entrar para a escola, ou seja, desde o nascimento tem início um processo em que acumula vivências e informações. É necessário reflexão sobre fatos ocorridos no dia a dia da sala de aula, em relação a aluno, professor e planejamento, para que se necessário for ocorra alterações, criando espaço para que o saber que a criança traz se manifeste , pos isto será uma das ferramentas que fará uso para incorporar novos conhecimentos.
Conforme Becker (2003), na concepção interacionista, professor e alunos interagem na sala de aula, essa se caracteriza como um ambiente de aprendizagem.
Outro fator que considero de grande valia é a troca de experiências entre colegas professores, buscando novas técnicas e recursos.
È necessário ter-se em mente que o sucesso de nossos alunos depende de uma pedagogia que busque valorizar a confiança, o respeito e a responsabilidade, pois precisamos de pessoas pensantes, criativas, dinâmicas que não se satisfaçam nem de longe com a memorização como forma de aprendizagem.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

SEMINARIO INTEGRADOR

Hoje, tive oportunidade de acompanhar uma colega estagiaria da mesma escola onde trabalho. Fiz então uma reflexão do período em que estivemos juntas no PEAD, dos grandes conhecimentos técnicos e metodológicos que nos foram transmitidos pelos professores e das muitas noites que voltei para casa quase desanimada, por perceber o grande entendimento que esta e outras colegas apresentavam na área da tecnologia e as dificuldades que eu enfrentava.
Conclui após minha reflexão de que pouco ou nada aprendemos a respeito de como resolver conflitos na turma, manter autoridade sem ser autoritária, ouvir e fazer ser ouvida. Coloquei-me no lugar da colega e, me senti perdida, sem saber como enfrentar determinada situação. Hoje, volto para casa com um sorriso nos lábios, sei o que estou fazendo , para que e para quem faça, definindo bem meus objetivos, ao passo que a colega volta “de cabelo em pé”. Acredito que a formação do Ensino Superior é dominada por conteúdos e lógicas disciplinares, com pouca ou nenhuma relação com realidades cotidianas do dia a dia.
O professor torna-se um ótimo educador mais pelas experiências do que pelos conhecimentos adquiridos em bancos escolares (Universidades).

quarta-feira, 28 de abril de 2010

SEMINARIO INTEGRADOR



Como elaborei meu projeto em conjunto com meus alunos, consigo trabalhar de maneira harmoniosa, não encontrando dificuldades para desenvolver as atividades previstas, as surpresas aparecem.
Quando conduzia uma reflexão sobre ensinamentos e amor de Jesus, percebi que um dos meus alunos apenas me olhava, nada dizia, parecia nem respirar. Fiz uma pausa e perguntei se estava se sentindo bem. Apenas acenou a cabeça que sim. Insisti.
_Queres perguntar alguma coisa? Revoltado, falou em alto e bom tom.
_ Se a senhora está dizendo que Jesus é tão bom e que o homem deve seguir seus ensinamentos, pois somos a imagem de Deus, porque então meu pai usa droga?
Fiquei sem resposta. A aula silenciou. Em seguida iniciaram as conversas laterais, percebi que o assunto despertara interesse e curiosidade.
Deixei de lado minha aula tão bem planejada, mas que não mais interessava, nem prendia a atenção dos alunos e “entrei na deles”. Não aceitaria que este aluno fosse discriminado e nem que o assunto fosse motivo para conversas na rua. Enquanto ganhava tempo pensando em como conduzir minha aula, sugeri que fosse feito uma pesquisa para saber o significado da palavra “droga”.Com auxílio do dicionário realizamos esta tarefa. Após discutirmos sobre isto, busquei o conhecimento de cada aluno sobre o tema em pauta e se este fazia parte de seu cotidiano. (família, colegas)
O assunto se propagou por toda a sala e, só no final descobri que a droga usada pelo pai do menino era o álcool, gerando discórdia e agressões físicas e morais dentro da família..Aí, foi outra serie de informações e conscientizações, quase todos falavam a mesma linguagem, dizendo que apesar de não gostarem, os pais bebiam , as vezes ficavam bravos, mas passava. Chegaram a pedir que o colega tivesse calmo e rezasse pra Jesus ajudar o pai a deixar de beber.
Foi muito interessante este final de aula, pois ouve uma integração onde os colegas se mostraram solidários, pesquisaram argumentaram, justificaram, a fim de deixar o colega tranqüilo. No final do período consegui com aproveitamento concluir minha aula de Ensino Religioso.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

SEMINARIO INTEGRADOR


Ontem, domingo, estava em casa, quando recebi uma ligação de um dos meus alunos,queria saber sobre sua postagem no “blog”. Conversamos bastante tempo, depois fiquei pensando: realmente, nem escola e nem professor se restringe ao espaço da sala de aula.
Mesmo em casa no domingo, na ida ao refeitório, nas brincadeiras na hora do recreio, enfim em todos os momentos em que se faz presente o professor, ali existe ação educativa.
O aluno precisa ter confiança em seu professor e autonomia para poder agir e reagir de acordo com suas necessidades, como foi o caso do meu aluno. O grupo com o qual a criança convive tem influência significativa em seus valores morais, por isso não abro mão do trabalho conjunto de professor e aluno na elaboração do projeto pedagógico, onde juntos traçamos e cumprimos regras, tendo liberdade para criticá-las, através do uso da razão.
La Taille (2000.p.71) Cada vez que damos liberdade, damos responsabilidade. O valor pedagógico da primeira deve ser avaliado em função da importância da segunda, pois dar liberdade sem dar responsabilidade é na verdade não dar liberdade.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

A muito venho me preocupando com meu tom de voz. Sinto-o muito alto, agudo, alem da rapidez com que as palavras são pronunciadas.
Quando inicio meu trabalho com uma turma nova, transmito uma imagem de professora autoritária, e possessiva, o que na verdade não é real. Como estagiaria, estou procurando me corrigir, tenho como um dos objetivos modular a alta voz em ritmo de conversa, ouvir atentamente cada pronunciamento dos alunos, pedindo aos demais atenção e respeito com quem fala. Instigo o aluno a falar mais sobre o tema, criticar, argumentar, enfim explorar o assunto, só então faço minha réplica. Quando não tenha argumentos ou uma resposta para o que está sendo exposto, instigo os alunos a pesquisa, vou para casa e faço minha a tarefa dos alunos, pesquisar.Na próxima aula retomo ao assunto e juntos chegamos a um denominador comum. Aos alunos deixo claro o meu papel de aprendiz, não sou dona da verdade e com eles tenho muito a ensinar, mas também muito a aprender. Gosto de falar, mas muito mais de escutar, por isso desperto a iniciativa nos alunos de se recriar como alguém que fala e escuta. Estou sempre bem humorada, pois com quarenta anos de experiência profissional, aprendi que o humor é uma das melhores ferramentas na ligação aluno- professor e ensino- aprendizagem. Busco na medida do possível alterar o ensino passivo, pois a passividade não é uma condição natural da infância. Preso pelo aluno disposto, dinâmico, sadio, com capacidade afetiva e motora bem resolvida. Na escola, embora tenhamos um ambiente pleno de regras, currículo, testes e correções, me relaciono amigavelmente com as crianças, pois é nesta na faixa etária dos nove aos dose anos que a interação professor – aluno e a convivência com o grupo escolar se torna mais complexo que a relação com a família, pois a criança precisa se adaptar a horários e respeitar regras. Especialmente na hora do recreio, me dirijo a elas com palavras amigas, um gesto carinhoso, conseguindo assim controlar ou impedir muitas das agressões.Quando me deparo com algum aluno desordeiro, eu o fiscalizo para ver até onde vai. Olho em sua direção, mantendo contato visual, para que saiba que percebi e que quero que a desordem acabe. Se o olhar não funciona, digo alguma coisa, porem com cuidado para que não se caracterize como, agressão verbal, podendo ocasionar frustrações e fracassos por parte do agressor. Se a desordem é grave, encaminho os alunos até o SOE.
( Serviço de Orientação Educacional).

“Um excelente educador não é um ser humano perfeito, mas alguém que tem serenidade para se esvaziar e sensibilidade para aprender.” Augusto Cury- Pais brilhantes, professores fascinantes.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

SEMINÁRIO INTEGRADOR

Meu Deus que acúmulo de tarefa! Ufa!!
Faz dois dias que escrevi meu portifólio e só agora vou conseguir digitar e postar.
Até ontem, percorri os caminhos do Pead, enfrentando medos, vencendo barreiras, reconhecendo limites, lutando contra o cansaço e alcançando vitórias.
Hoje, enfrento um grande desafio, o de ser estagiária. Parece meu primeiro dia de aula, em 1969.
Dizer que estou insegura , não seria real, confiante, seria de mais, ansiosa, talvez, mas digamos que estou tranqüila.
Não pretendo apresentar mudanças em meu modo de trabalhar, de tratar meus alunos, valorizando seus conhecimentos prévios, sua realidade, exercer autoridade sem ser autoritária.
Quero ser verdadeira, dar continuidade ao trabalho que venho desenvolvendo. Oportunizar o crescimento dos alunos na área afetiva , despertar o gosto pela leitura, instigar a interpretação, buscar experiências diárias para desenvolver o raciocínio rápido. Trabalho com uma turma de 12 alunos num espaço restrito, onde não é possível alterar a situação tradicional dos alunos a sentarem enfileirados, com espaço lateral aproximado de 30 centímetros uma classe da outra, mas isto não fará com que abra mão dos trabalhos em grupo, das encenações e das mímicas. Utilizarei todo espaço físico da escola, farei trabalho ao ar livre, mas continuarei lutando pelo crescimento dos meus alunos.
Trabalho com esta turma desde março, mas conversei com os alunos a respeito do estágio e combinamos que faríamos de conta que não nos conhecíamos.Seria como se estivesse trabalhando com eles pela primeira vez.
Hoje, 8horas, todos os alunos organizados em fila. Somos três estagiários , eu, o colega Fabilso, e a Daiane. O diretor da escola apresentou cada um de nós dizendo que turma iríamos assumir, pedindo o apoio e a colaboração de cada um para que pudéssemos desenvolver um bom trabalho. Solicitou que a turma nos conduzisse até a sala.
Dialogamos, me apresentei e pedi que cada um dissesse seu nome e onde moravam.
Após entreguei a cada um uma ficha de apresentação, onde permitia saber mais sobre a vida de cada um, tal não foi minha surpresa quando exigiram que eu preenchesse uma ficha também. Confesso que não era minha intenção, mas percebi que deixando os alunos agirem com autonomia, dando-lhes oportunidade para falar, criticar, opinar, ou até mesmo exigir, farei um estágio maravilhoso, onde aprenderemos juntos, pois “feliz é aquele que transmite o que sabe e aprende o que ensina.” ( autor desconhecido).

SEMINÁRIO INTEGRADOR

Meu Deus que acúmulo de tarefa! Ufa!!
Faz dois dias que escrevi meu portifólio e só agora vou conseguir digitar e postar.
Até ontem, percorri os caminhos do Pead, enfrentando medos, vencendo barreiras, reconhecendo limites, lutando contra o cansaço e alcançando vitórias.
Hoje, enfrento um grande desafio, o de ser estagiária. Parece meu primeiro dia de aula, em 1969.
Dizer que estou insegura , não seria real, confiante, seria de mais, ansiosa, talvez, mas digamos que estou tranqüila.
Não pretendo apresentar mudanças em meu modo de trabalhar, de tratar meus alunos, valorizando seus conhecimentos prévios, sua realidade, exercer autoridade sem ser autoritária.
Quero ser verdadeira, dar continuidade ao trabalho que venho desenvolvendo. Oportunizar o crescimento dos alunos na área afetiva , despertar o gosto pela leitura, instigar a interpretação, buscar experiências diárias para desenvolver o raciocínio rápido. Trabalho com uma turma de 12 alunos num espaço restrito, onde não é possível alterar a situação tradicional dos alunos a sentarem enfileirados, com espaço lateral aproximado de 30 centímetros uma classe da outra, mas isto não fará com que abra mão dos trabalhos em grupo, das encenações e das mímicas. Utilizarei todo espaço físico da escola, farei trabalho ao ar livre, mas continuarei lutando pelo crescimento dos meus alunos.
Trabalho com esta turma desde março, mas conversei com os alunos a respeito do estágio e combinamos que faríamos de conta que não nos conhecíamos.Seria como se estivesse trabalhando com eles pela primeira vez.
Hoje, 8horas, todos os alunos organizados em fila. Somos três estagiários , eu, o colega Fabilso, e a Daiane. O diretor da escola apresentou cada um de nós dizendo que turma iríamos assumir, pedindo o apoio e a colaboração de cada um para que pudéssemos desenvolver um bom trabalho. Solicitou que a turma nos conduzisse até a sala.
Dialogamos, me apresentei e pedi que cada um dissesse seu nome e onde moravam.
Após entreguei a cada um uma ficha de apresentação, onde permitia saber mais sobre a vida de cada um, tal não foi minha surpresa quando exigiram que eu preenchesse uma ficha também. Confesso que não era minha intenção, mas percebi que deixando os alunos agirem com autonomia, dando-lhes oportunidade para falar, criticar, opinar, ou até mesmo exigir, farei um estágio maravilhoso, onde aprenderemos juntos, pois “feliz é aquele que transmite o que sabe e aprende o que ensina.” ( autor desconhecido).

Meu Deus que acúmulo de tarefa! Ufa!!
Faz dois dias que escrevi meu portifólio e só agora vou conseguir digitar e postar.
Até ontem, percorri os caminhos do Pead, enfrentando medos, vencendo barreiras, reconhecendo limites, lutando contra o cansaço e alcançando vitórias.
Hoje, enfrento um grande desafio, o de ser estagiária. Parece meu primeiro dia de aula, em 1969.
Dizer que estou insegura , não seria real, confiante, seria de mais, ansiosa, talvez, mas digamos que estou tranqüila.
Não pretendo apresentar mudanças em meu modo de trabalhar, de tratar meus alunos, valorizando seus conhecimentos prévios, sua realidade, exercer autoridade sem ser autoritária.
Quero ser verdadeira, dar continuidade ao trabalho que venho desenvolvendo. Oportunizar o crescimento dos alunos na área afetiva , despertar o gosto pela leitura, instigar a interpretação, buscar experiências diárias para desenvolver o raciocínio rápido. Trabalho com uma turma de 12 alunos num espaço restrito, onde não é possível alterar a situação tradicional dos alunos a sentarem enfileirados, com espaço lateral aproximado de 30 centímetros uma classe da outra, mas isto não fará com que abra mão dos trabalhos em grupo, das encenações e das mímicas. Utilizarei todo espaço físico da escola, farei trabalho ao ar livre, mas continuarei lutando pelo crescimento dos meus alunos.
Trabalho com esta turma desde março, mas conversei com os alunos a respeito do estágio e combinamos que faríamos de conta que não nos conhecíamos.Seria como se estivesse trabalhando com eles pela primeira vez.
Hoje, 8horas, todos os alunos organizados em fila. Somos três estagiários , eu, o colega Fabilso, e a Daiane. O diretor da escola apresentou cada um de nós dizendo que turma iríamos assumir, pedindo o apoio e a colaboração de cada um para que pudéssemos desenvolver um bom trabalho. Solicitou que a turma nos conduzisse até a sala.
Dialogamos, me apresentei e pedi que cada um dissesse seu nome e onde moravam.
Após entreguei a cada um uma ficha de apresentação, onde permitia saber mais sobre a vida de cada um, tal não foi minha surpresa quando exigiram que eu preenchesse uma ficha também. Confesso que não era minha intenção, mas percebi que deixando os alunos agirem com autonomia, dando-lhes oportunidade para falar, criticar, opinar, ou até mesmo exigir, farei um estágio maravilhoso, onde aprenderemos juntos, pois “feliz é aquele que transmite o que sabe e aprende o que ensina.” ( autor desconhecido).

domingo, 4 de abril de 2010

SEMINARIO INTEGRADOR

Estágio Curricular. Dúvida? Incerteza? Ansiedade? Temor?Certeza?
Para mim esta ultima palavra retrata todo meu sentimento neste momento final de uma trajetória que abriu muitos horizontes, muitas amizades surgiram, muitos conhecimentos e agora o ponto culminante, o momento de aplicarmos e justificarmos tudo aquilo que aprendemos ou relembramos durante os semestres anteriores.
Didática, sempre foi didática, desde os anos sessenta quando acabei o magistério, algumas alterações surgiram, muitas mudanças na educação, mas o princípio básico de que o professor que deseja realizar uma boa atuação docente deve elaborar e organizar planos em diferentes níveis de complexidade, estimulando a participação do aluno, afim de que possa realmente efetuar um aprendizagem significativa prevalece até hoje. A responsabilidade do mestre é a mesma. Grande parte da eficácia do trabalho do professor depende da organicidade, coerência e flexibilidade do seu planejamento.
Durante o curso, muito aprendi sobre tecnologia, suas vantagens e facilidades na realização de atividades e na aprendizagem do aluno. Nossa realidade é bem outra, nem a escola e nem os alunos em sua quase totalidade tem acesso a Internet, por não dispor de computadores.
Estou relendo o material oferecido pelo Pead, pesquisando em livros didáticos e junto a colegas professores, formas a fim de organizar atividades referentes ao nível da turma que vou estagiar, buscando atender a cada aluno em sua individualidade, mesmo que isso implique em adaptá-las ou reestrutura-las.
Espero, com calma, dedicação e muito esforço conseguir transmitir a meus alunos os conhecimentos e habilidades adquiridas durante quarenta anos de magistério, enriquecidas com o potencial adquirido neste período letivo junto ao Pead.
Procurarei não me desviar da linha que venho seguindo, apenas aperfeiçoa-la, meu trabalho democrático, onde o aluno é o centro do interesse, expondo idéias, dúvidas e certezas, são o alicerce para que desenvolva meu trabalho com eficácia e qualidade, fazendo a diferença na escola.
Apesar da deficiência de espaço físico na escola, da falta de disponibilidade de matéria didático e pedagógico, não me abaterei, continuarei como fiz a vida inteira, improvisando, reaproveitando, criando, usando conhecimentos prévios, meus, dos alunos e dos pais, pois é partir desta parceria que minhas aulas se tornam produtivas e prazerosas.
Pretendo enfocar uma pratica diversificada, através de diferentes atividades flexíveis e adaptáveis a realidade, experiência e desenvolvimento da turma.
No meu ponto de vista, o estágio não será uma situação nova, apenas diferente forma de fazer o registro. Venho a cada dia, a partir do ingresso junto ao Pead, procurando aprimorar meus conhecimentos, incluindo-os na minha pratica pedagógica, faço muita leitura, do material oferecido pela UFRGS, livros de escritores sugeridos, trabalhos e portifólios de colegas, buscando resolver minhas dúvidas ou confirmar minhas certezas.
Assusta-me apenas a tecnologia, as ferramentas usadas na postagem dos trabalhos. Isto poderá prejudicar minha pontualidade nas postagens.

quarta-feira, 31 de março de 2010

SEMINARIO INTEGRADOR

Início de ano. Mais um período de expectativa, ansiedade angustia, mas, sobretudo vontade vencer.
Primeira aula presencial, preocupação. O que seria tratado?
Como seriam as exigências do estágio?
A aula transcorreu num clima de serenidade. As professoras foram felizes e eficientes em suas colocações, expuseram de tal forma as atividades que me senti motivada a iniciar logo o estágio.
Hoje, conversando com colegas do meu município, vejo que não é só minha a dificuldade na área tecnológica. Estamos enfrentando grandes dificuldades em trabalhar com as ferramentas solicitadas e por estarmos tão distantes do pólo e dependermos de transporte escolar é difícil o nosso comparecimento. Anotei todas as palavras das professoras, prestei o máximo de atenção, mas mesmo assim não estou conseguindo realizar meu trabalho com segurança.

segunda-feira, 29 de março de 2010

SEMINARIO INTEGRADOR

Como primeira postagem no meu portifólio no corrente ano, sinto necessidade de narrar um fato ocorrido na escola onde desenvolvo minhas atividades docentes.
Estava na sala dos professores e pude presenciar o diálogo entre professora titular da turma Y, equipe diretiva da escola e membros da APAE.
Justificava a professora que seu aluno “Bobi” deveria freqüentar classe especial, pois era surdo e não sendo usuário constante e fluente da língua escrita, não conseguia conviver socialmente, estava ficando marginalizado, apresentando dificuldade de comunicação com os colegas e com a própria, julgava-o menos capaz que os outros alunos.
O assunto continuava porem tocou o sinal e fui para a sala onde minha turma aguardava a por mim.
Seria justo o que estava sendo decidido? Ser surdo realmente significa ser menos capaz? “Bobi” por vários dias ocupou meu pensamento. Procurava uma forma de poder ajudá-lo sem que para isso fosse preciso separá-lo dos colegas, tendo que enfrentar um ambiente totalmente novo ou, quem sabe um atendimento paralelo poderia trazer melhores resultados.
Sabemos que a tentativa de fazer os surdos falar não apresentou grandes avanços, apesar de continuarmos insistindo em desenvolver neles a capacidade de compreender nossa língua oral e por ela se comunicar.
Baseada nos conhecimentos adquiridos na disciplina de LIBRAS, na vivência que tenho junto a uma sobrinha surda e ainda na experiência vivenciada quando alfabetizei uma aluna surda, não pude calar. Conversei com a titular da turma de “Bobi”, falei sobre a Língua Brasileira de Sinais, destacando que através dela seria possível desenvolver o centro cerebral da linguagem, ou seja, haveria possibilidades de desenvolvimento cognitivo, afetivo e emocional, tornando-o uma pessoa idêntica às ouvintes.
Continuaram as conversações e agora por decisão da professora, da direção, juntamente com especialistas da APAE, os pais de “Bobi” foram conscientizados de que tem um filho normal, inteligente e criativo, porem fala outra língua e que será encaminhado para acompanhamento junto a APAE.
Graças à sensibilidade da professora e o apoio dos pais e profissionais, “Bobi” aos 13 anos de idade entra em contato com a língua dos sinais. Com certeza encontrará dificuldades maiores em aprender, pois o instrumento cerebral da linguagem já foi afetado, mas é possível dentro de seu limite aprender alguma coisa. “Bobo” tem acompanhamento de especialista e no turno inverso freqüenta classe do ensino regular.
Na escola, os colegas se interessaram pela língua de sinais, a professora de LIBRAS oferece subsídios para a professora, como alfabeto, e “Bobi” vive uma vida normal junto a turma regular.
“De início se recusava a usar sinais, justificando que ninguém o entendia, mas hoje venceu o preconceito, se comunica” normalmente”, compreende, é compreendido e amado pelos colegas e professores e demonstra o desejo de se tornar médico.
Nesta minha intervenção e por que não dizer vitória, vejo o quanto aprendi na disciplina de LIBRAS e na minha experiência de 41 anos de magistério.
“A educação é um ato de amor, por isso, um ato de coragem”. (Paulo Freire).